Cidades
Prefeita ameaça vereadores, e presidente da câmara reage com passividade: "Cada um tem o direito de falar o que quiser"
A declaração ameaçadora da prefeita de Palmeira dos Índios, Luísa Duarte, direcionada aos vereadores, deveria ter gerado uma resposta firme do Legislativo.
No entanto, o presidente da Câmara Municipal, Madson Monteiro, optou por um discurso diplomático e apático, deixando passar em branco um ataque explícito à independência do parlamento.
Durante a reunião no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, na quarta-feira (15), a prefeita mandou um recado direto aos parlamentares que ousassem se opor à sua gestão:
"Agricultores, precisamos estar unidos, trabalhando por Palmeira dos Índios. Vereadores, escutem o que estou dizendo: vou dar nome a quem for contra os projetos de Palmeira dos Índios."
Em vez de repudiar a fala, Madson Monteiro se limitou a relativizar o tom de ameaça:
"Estamos tranquilos e fazendo a nossa parte. Mesmo em recesso, estamos cada um na sua região atendendo aos seus eleitores e à população de Palmeira.
Sobre o que ela fala, cada um tem seu direito de falar o que quer. Eu, junto com os 14 vereadores, estaremos sempre prontos para votar o que for em benefício da população e o avanço da nossa cidade."
A declaração vaga e conciliatória do presidente da Câmara, na prática, normaliza uma tentativa de intimidação do Executivo contra o Legislativo, mostrando uma falta de postura institucional diante da ingerência da prefeita.
Passividade ou conivência?
Nos bastidores, muitos questionam se essa postura de Madson Monteiro se trata apenas de diplomacia ou se já há um alinhamento tácito entre a Câmara e a prefeita. Enquanto ele insiste em dizer que “cada um tem o direito de falar o que quiser”, a população espera que o Legislativo cumpra seu papel fiscalizador e não se torne um mero apêndice do Executivo.
O silêncio do G-11, grupo de vereadores que deveria representar uma oposição, também é sintomático. Se antes bradavam que não se reuniriam com Júlio Cezar e exigiam autonomia para negociar com a nova prefeita, agora estão calados, aguardando o desenrolar dos acordos políticos de bastidores.
O que esperar?
A tensão entre Executivo e Legislativo pode se tornar apenas um teatro político, caso os projetos do Executivo passem sem resistência assim que a Câmara retomar os trabalhos. Se isso ocorrer, a mensagem será clara: a diplomacia de Madson Monteiro é apenas uma cortina de fumaça para uma submissão velada ao governo municipal.
A população precisa estar atenta. Se a Câmara se dobrar às vontades do Executivo sem o devido debate e fiscalização, Palmeira dos Índios verá seu parlamento perder completamente sua função representativa, tornando-se apenas um carimbador de luxo para os desejos da prefeita e de seu mentor político, Júlio Cezar.
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