Brasil
Descarte de alimento para manipular preço é 'irresponsabilidade social', diz Wellington Dias (VÍDEO)

O ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, criticou nesta terça-feira (20) os vídeos 'viralizaram' nas redes sociais em que produtores descartam alimentos para manipular preços e chamou as ações de "desumanas" e de "irresponsabilidade social".
"Atitudes como essa são completamente desumanas. Veja que nós temos várias empresas, vários distribuidores, os CEASAs [Centrais de Abastecimento], que compõem o banco de alimentos. Alimentos que você colocaria no desperdício, trazer para que a gente possa colocar nas mãos de quem mais precisa. Ali foi uma clara irresponsabilidade social e uma falta de acessibilidade para pessoas que precisam de comida num país como o Brasil", disse o ministro.
Os vídeos publicados nas redes sociais geraram um projeto de lei apresentado pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), para responsabilizar quem manipula preços de alimentos por meio do descarte intencional. O PL 502/2025 propõe multa de até 10% do faturamento bruto anual das empresas que descartarem alimentos para fins de controle de preços.
As declarações foram feitas na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), na capital fluminense, quando o ministro assinou um protocolo de intenções com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para o programa Acredita no Primeiro Passo, lançado pelo governo federal no fim do ano passado para capacitar pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
De acordo com o ministro, o programa quer mobilizar a retirada de pessoas da pobreza e da extrema pobreza a partir de oportunidades, qualificação e investimentos para empreendedores.
"Queremos alcançar ainda até 2026 o primeiro 1 milhão de empresários, de empreendedores do Bolsa Família, do Cadastro Único Social", acrescentou.
À Sputnik Brasil, o presidente do Conselho de Administração da Associação de Comércio Exterior do Brasil, Arthur Pimentel, afirmou que a AEB está incumbida de treinar e capacitar o público alvo, além de atrair possíveis associados.
"A gente fez hoje aqui com dois exemplos, com a Wilson, Sons, uma empresa que está há 187 anos no mercado brasileiro; [...] a Wilson, Sons tem um programa principal que está aí na crista da onda chamado Horizonte Azul, que justamente busca atrair esse público-alvo do Cadastro Único. Outra empresa, a PRIO, nossa associada, maior exportadora de petróleo privada do Brasil, eles têm uma série de programas sociais e que hoje apresentou, até por meio de vídeo, um programa chamado Reação, que é uma forma de expressar um sentimento e uma vontade de fazer", destacou.
Além das empresas citadas acima, Dias também destacou parcerias com a Petrobras e com a Universidade Federal Fluminense (UFF) no âmbito do programa Acredita no Primeiro Passo.
Controle de preço dos alimentos
Dias também comentou o esforço da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para controlar a subida de preço dos alimentos ao retomar a política de estoques reguladores nesta quinta-feira, com estoques de trigo após onze anos.
Segundo o governo, a companhia adquiriu cerca de 7,2 mil toneladas de trigo por meio do mecanismo de Aquisição do Governo Federal (AGF).
A expansão das cozinhas solidárias e investimentos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), são outras estratégias para baratear os alimentos para a população, citou o ministro.
'A palavra-chave é negociar', diz presidente da AEB sobre taxações americanas
Em relação às taxações iniciadas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, sobretudo às direcionadas ao aço e ao alumínio, Pimentel afirmou que a AEB recebe essas ações de forma preocupante e que cabe ao atingido, conversar e tentar negociar.
"A gente tem a notícia que, apesar de tudo, desse choque, desse tiro, está vindo uma missão americana agora para o segundo semestre, justamente para tratar de acordos, especificamente Brasil e Estados Unidos. Então, isso é um sinal positivo. Eles não vão gastar o tempo deles mandando uma equipe para negociar com o Brasil. Então, a palavra-chave é negociar".
Por Sputinik Brasil
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