Cidades
Imbróglio político entre vereadores e prefeita Luísa Duarte continua em Palmeira dos Índios

O cenário político de Palmeira dos Índios segue turbulento, com um impasse que ameaça a governabilidade da prefeita Luísa Duarte (MDB). A disputa gira em torno de um acordo político exigido pelos 12 vereadores que integram a base aliada da prefeita na Câmara Municipal. Para garantir apoio nas votações e assegurar a chamada "governabilidade", os parlamentares estariam cobrando da chefe do Executivo a liberação de 80 cargos de contratados para cada vereador, além de posições estratégicas em secretarias e setores sensíveis da gestão municipal, como Saúde e Assistência Social.
O número de cargos pleiteado, somado, ultrapassaria a marca de 960 contratações, o que representaria um impacto direto na folha de pagamento do município, comprometendo o equilíbrio fiscal e a capacidade financeira da administração. Por esse motivo, a prefeita estaria resistindo em atender integralmente o pedido dos vereadores, temendo violar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e os limites impostos pela legislação para gastos com pessoal.
Ainda assim, os vereadores pressionam nas rede sociais num “faz de contas de cobranças” e seguem em estado de insatisfação. Segundo fontes ligadas ao Executivo, os parlamentares exigem não apenas cargos simples, mas também o controle de diretorias, chefias e coordenações de programas e unidades, especialmente no setor de saúde, onde as nomeações garantiriam poder político e influência direta sobre a população mais carente.
Apesar de conversas internas, o clima de desconfiança entre as partes se acentuou nas últimas semanas, e o grupo dos 12 vereadores ameaça romper com a gestão, o que poderia comprometer a aprovação de projetos de interesse do governo municipal.
Por outro lado, a prefeita Luísa Duarte fez uma contraproposta de ceder apenas 3 contratos para cada edil e as indicações das secretarias adjuntas, não permitindo que os vereadores passem a influir diretamente no governo por causa do sobrinho que é candidato a deputado e precisa dessas posições no governo. Detalhe: nenhum vereador vota em Julio Cezar para deputado estadual. Assessores próximos à prefeita afirmam que, embora haja a disposição de dialogar, não haverá "porteira aberta" para nomeações que possam caracterizar “loteamento da máquina pública”.
O impasse também reflete o temor de ambos os lados em relação à repercussão negativa junto à opinião pública. Os vereadores, segundo apuração da reportagem, relutam em formalizar a ruptura com a prefeita por medo da reação popular, principalmente por causa da perda dessas benesses. Uma eventual crise política exposta poderia desgastar não apenas o Executivo, mas também o Legislativo, o que preocupa o grupo.
Nos bastidores, as negociações continuam, mas sem perspectiva concreta de solução. "A prefeita não vai entregar a máquina. Ela sabe o risco que isso representa, até juridicamente", confidenciou uma fonte ligada à administração. Por outro lado, "Sem cargos, não tem governabilidade", afirmam aliados dos vereadores, que alegam precisar dessas indicações para manter suas bases eleitorais.
Enquanto o embate segue sem desfecho, a população acompanha o cenário com apreensão, temendo que o impasse político prejudique a continuidade de serviços públicos essenciais e o andamento de obras e projetos importantes para o município.
Portal Tribuna do Sertão
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