Os preços do petróleo caíram US$ 2 (R$ 11,33) nesta quinta-feira (3) após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar tarifas recíprocas sobre parceiros comerciais.

A guerra comercial de Trump fez sua primeira vítima: o petróleo. Na medida em que os EUA sobretaxam mercadorias, é possível que a demanda por petróleo bruto diminua enquanto os agentes exportadores compreendem se devem ou não redirecionar exportações na medida em que negociam com Washington.

Os futuros do Brent caíram 2,63%, para US$ 72,98 (R$ 413,45) o barril às 00h33 GMT (21h33 do dia anterior no horário de Brasília). Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA caíram 2,76%, para US$ 69,73 (R$ 395,03).

"Sabemos que será negativo para o comércio, o crescimento econômico e, portanto, o crescimento da demanda por petróleo. Mas não sabemos o quão ruim será, pois os efeitos virão um pouco mais adiante", disse Bjarne Schieldrop, analista chefe de commodities da SEB à Reuters.

Chamado de "Dia da Libertação" pelo ocupante da Casa Branca, essa quarta-feira (2) trouxe péssimas notícias para o mercado global. Ao longo da coletiva do presidente norte-americano, os dois benchmarks ficaram negativos, com o anúncio das tarifas básicas de 10% que afetam as importações para os EUA.

Embora o petróleo, o gás e produtos refinados tenham ficado de fora, as novas tarifas abrangentes de Trump podem alimentar a inflação, desacelerar o crescimento econômico e intensificar as disputas comerciais.

Reforçando o sentimento de baixa, os dados da Administração de Informação Energética na quarta-feira mostraram que os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram surpreendentemente 6,2 milhões de barris na semana passada.