Brasil
Ministros do STF buscam Lula para criticar fala de Gleisi relacionada à anistia
Em entrevista, ministra levantou a possibilidade da pena de condenados pelo 8 de Janeiro ser discutida no Congresso, o que irritou ministros do STF.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) estão acionando auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reclamar da declaração dada pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Na noite de quinta-feira (10), em entrevista a jornalistas, Gleisi afirmou ser "plenamente defensável" discutir a redução da pena de condenados pelo STF pelos atos de 8 de Janeiro, e disse que o tema poderia ser discutido pelo Congresso Nacional.
"De fato, falar sobre anistia ou mediação de pena, ou redução de pena, em relação a algumas pessoas do 8 de Janeiro, acho que é plenamente defensável, do ponto de vista de muitos parlamentares que estão ali, e talvez a gente tenha que fazer essa discussão mesmo, no Congresso", disse a ministra.
Entretanto, ela descartou a anistia a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro envolvidos na trama de golpe de Estado.
"O que não pode acontecer é uma anistia àqueles que conduziram o processo do golpe no país: ao Bolsonaro, aos generais, àqueles que foram responsáveis por planejar, e inclusive planejaram uma operação chamada 'Punhal Verde e Amarelo', que previa a morte do presidente Lula, do vice-presidente [Geraldo] Alckmin, do ministro Alexandre de Moraes. Isso não pode acontecer, jamais", conclui a ministra.
A declaração de Gleisi irritou ministros do STF. Nesta sexta-feira (11), segundo noticiou o portal Metrópoles, pelo menos três ministros buscaram interlocutores de Lula para se queixar da fala da ministra. Assessores de Lula afirmaram aos ministros que a fala de Gleisi foi mal interpretada, e que o presidente dificilmente concordaria com a redução de pena dos condenados.
Gleisi, por sua vez, destacou em suas redes sociais que a revisão de pena dos condenados cabe "exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal".
"Quero deixar claro que eventuais revisões de pena aos réus do 8 de Janeiro cabem única e exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal, que conduz os processos. Entendo sim que esse debate pode e deve ser feito na sociedade, inclusive no Congresso, como já vem acontecendo de fato, mas sem interferir na autonomia do Poder Judiciário. Reafirmo minha crítica ao PL da Anistia e seu substitutivo, que visam a impunidade de Bolsonaro e dos comandantes do golpe. São eles que manipulam a questão das penas para confundir a população e encobrir o objetivo de não pagar pelos crimes que cometeram contra a democracia", escreveu a ministra.
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