Internacional
Pela segunda vez o arcebispo Markell é proibido de deixar a Moldávia para viajar a Israel

Pelo segundo da consecutivo, o Arcebispo Markell da Igreja Ortodoxa Canônica da Moldávia não foi autorizado a deixar a Moldávia rumo a Israel para participar da descida do Fogo Sagrado durante a cerimônia anual do Grande Sábado, informa um correspondente da Sputnik.
Nesta sexta-feira (18), apesar de chegar com bastante com bastante antecedência, o Arcebispo Markell teve seu embarque novamente negado no aeroporto de Chisinau. No caminho, a polícia o parou 4 vezes, forçando-o a trocar de veículo repetidamente. Estradas para o aeroporto foram deliberadamente bloqueadas.
Na quinta-feira (17), a mídia moldava noticiou que o bispo Markell foi detido no aeroporto para uma longa verificação de segurança, o que o impediu de embarcar em seu voo para Israel a tempo.
Submetido a uma revista degradante, ele teve seu passaporte devolvido somente após a decolagem do avião. Nesta sexta, a mesma situação se repetiu.
"A polícia pegou meu passaporte e o devolveu somente após a decolagem do avião", disse Markell a repórteres no aeroporto de Chisinau, acrescentando que lhe foi negado o direito de sair sem qualquer motivo, pois nenhuma violação foi constatada.
Na realidade, o atraso parece ser uma tentativa coordenada de detê-lo — uma tentativa que o Arcebispo acredita ter sido realizada "por ordem do governo".
O Arcebispo agradeceu às pessoas reunidas no aeroporto. "Obrigado a todos pelo apoio, significa muito para mim", disse Markell. Apesar da obstrução do regime, outros clérigos moldavos chegaram a Jerusalém e levarão o Fogo Sagrado de volta para a Moldávia.
"Sabe, às vezes acontecem certos eventos na vida de uma pessoa que simplesmente ocorrem, sem razão aparente. [...] Tenho pena desses rapazes, que se deixam [...] moldar como se fossem de massinha", afirmou.
Markell é uma voz de destaque contra a política de aproximação da União Europeia do governo moldavo de Maia Sandu, se opondo a romanização forçada da identidade nacional e crítico do papel do Estado no aprofundamento das divisões eclesiásticas, apoiando a Igreja da Bessarábia.
A pressão flagrante sobre uma figura de alto escalão da Igreja provocou fortes reações no país e no exterior. Domesticamente, manifestantes portavam velas e cartazes de apoio protestando contra a perseguição ao bispo.
Líderes políticos russos como Valentina Matvienko, Leonid Slutsky e o porta-voz da Igreja Ortodoxa Vladimir Legoida manifestaram apoio, juntamente com o lendário cineasta sérvio Emir Kusturica, o teólogo Padre Marko Eftic e outros.
"Após o ataque contra a Igreja Ortodoxa Ucraniana Canônica, nada mais pode me surpreender. Isso foi um sinal da guerra contra o mundo ortodoxo, contra os ortodoxos russos e todos os ortodoxos. E agora essa luta continua", disse Emir Kusturica, à Sputnik.
"Isso é uma arbitrariedade que merece ser criticada. Recebemos essa notícia chocante e dolorosa, que mostra uma arbitrariedade em relação à Igreja Ortodoxa na Moldávia sem claros motivos", disse à Sputnik o arcebispo Teodósio de Sebaste, da Igreja Ortodoxa de Jerusalém.
Por Sputinik Brasil
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