Política

Trabalho de uxiliares reforçam acesso à educação inclusiva

20/04/2025
Trabalho de uxiliares reforçam acesso à educação inclusiva

Garantir inclusão não é apenas um direito — é uma prática construída na rotina escolar, com cuidado, escuta e presença.

No Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Vereador Braga Neto, localizado no Tabuleiro do Martins, o compromisso se traduz no trabalho dos Profissionais de Apoio Escolar (PAE). Eles acompanham o desenvolvimento de crianças público-alvo da Educação Inclusiva, contribuindo para um aprendizado mais acessível, equitativo e de qualidade.

Letícia Corato é PAE na unidade de ensino e acompanha uma criança com paralisia cerebral, que afeta um dos lados do corpo. Ela relata que a rotina como auxiliar de educação inclusiva exige atenção, paciência e dedicação constantes.

“Como cada criança é única, às vezes lidar com suas particularidades se torna difícil. Cada uma tem sua personalidade, seu jeito de se expressar, seus gostos e desgostos, e compreendê-los leva tempo, observação, paciência e dedicação. Em geral, minhas atividades durante o dia giram em torno das necessidades da criança pela qual dou apoio, e em conformidade com a professora titular da sala, que propõe exercícios que incluam a todos”, explica.

Letícia conta que chega por volta de uma hora antes das crianças para conseguir se organizar antes de dedicar seu tempo a elas.

“Passamos cerca de quatro horas por dia com elas. Por isso, o PAE precisa se desdobrar bastante para conhecer a criança e estabelecer vínculos reais”, conta.

Nesse processo, ela reforça a importância da comunicação entre escola e família, explicando que procura sempre manter o diálogo com a gestão da escola e com os responsáveis para, juntos, superarem as dificuldades.

Na mesma creche, Maria Silene, que atua diretamente com uma criança autista de nível 3, destaca outras camadas do trabalho e fala sobre como a escuta e o acolhimento são fundamentais para garantir que nenhuma criança fique para trás.

Maria conta que é necessário ter paciência e cuidado para lidar com crianças atípicas, e que, através das atividades adaptadas, mudanças positivas foram apresentadas no desenvolvimento da criança.

“Cada dia eu penso em uma estratégia que possa ajudá-la a desenvolver. E eu vejo que ela tem conseguido apresentar bons resultados”, pontua.

Maria Silene complementa dizendo que é importante esse cuidado no acompanhamento para que a criança evolua cada vez mais: “Nós cuidamos, nós educamos e fazemos um conjunto de coisas para garantir o conforto e aprendizado que essas crianças merecem”, conclui.

Ambiente de aprendizado

A vice-diretora, Marluce Gomes, destaca como o ambiente escolar é fundamental para o desenvolvimento dos primeiros anos das crianças, especialmente daquelas que apresentam mais dificuldades.

“A gente tem as crianças aqui como a nossa prioridade, onde elas são acolhidas e respeitadas. Temos relatos de mães de como era a criança antes de frequentar o CMEI e de como ela está agora, mais esperta e mais interativa”, compartilha.

Marluce também reforça como é crucial a existência do profissional voltado para a educação especial, por fazer a criança se sentir parte daquele espaço e também se sentir livre para fazer suas próprias escolhas para progredir.

Cada profissional, cada gesto e cada cuidado diário são partes de um esforço coletivo por uma educação mais inclusiva, justa e que abrace todas as infâncias. Ciente dessa importância, a Prefeitura de Maceió, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), tem fortalecido ações voltadas à inclusão e à acessibilidade nas escolas da rede.