Geral

MST demarca Jornada de Lutas da Reforma Agrária com mais de 50 mobilizações pelo país

Movimento chega ao marco do 17 de abril, mobilizando mais de 50 mil militantes de 20 estados e do DF

Assessoria 21/04/2025
MST demarca Jornada de Lutas da Reforma Agrária com mais de 50 mobilizações pelo país

Todo abril é mês de lutas para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), data que marca a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, deflagrada neste ano de 2025, com principais ações entre os dias 1ª ao 17 de abril, Dia Internacional das Lutas Camponesas. Com mobilizações de caráter massivo, entre marchas, vigílias, atos, protestos, solidariedade e ocupações, neste período as famílias Sem Terra mobilizaram 55 ações em nível nacional, entoando o lema: “Ocupar para o Brasil Alimentar!”



Com mais de 50 mil militantes mobilizados, as atividades ocorreram em todas as grandes regiões do país, presente em 47 municípios de 20 estados: Tocantins, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; mobilizando também a militância do Distrito Federal em ações da região centro-oeste. E ainda há ações previstas até o final do mês.



Além de atos e protestos, foram realizadas 28 ocupações de terra, a formação 2 novos acampamentos e 5 ocupações de órgãos públicos ligados ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com o propósito de avançar nas negociações para a desapropriação de áreas improdutivas e que não não cumprem sua função social, para a conquista do assentamento das famílias acampadas, no país onde há uma das maiores concentrações de terra no mundo.



As mobilizações também marcam neste dia 17 de abril, a memória de luto e luta dos mártires do massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido no trecho da chamada Curva do S da BR-155, no Pará, após 29 anos da tragédia que abalou o Brasil e todo o mundo, com o assassinato de 21 trabalhadores rurais Sem Terra, que foram mortos pela Polícia Militar durante uma marcha, onde centenas de famílias camponesas reivindicam o direito à Reforma Agrária.



Pablo Neri, da direção nacional do MST no Pará, destaca que: “Em 29 anos, este chão de luta que é a Amazônia, que é a Curva do S, a poesia, as músicas e discursos se misturam aos gritos de indignação e aos pedidos de justiça. A marcha interrompida de Eldorado do Carajás escancara a crueldade das elites e a capacidade revolucionária da organização popular. O Acampamento da Juventude, a JURA [Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária], as ocupação e mobilizações no Pará mantém essa memória acesa.”



Além da reivindicação da democratização do acesso à terra frente ao passivo de 145 mil famílias acampadas pelo país, as manifestações demarcam a Reforma Agrária e a agricultura familiar camponesa como soluções estruturantes para acabar com a fome no país, considerando que mesmo com os avanços da retomada de políticas públicos importantes para a erradicação dessa mazela social, ainda existe pelo menos 21, 6 milhões de lares brasileiros que convivem com a insegurança alimentar, seja ela grave ou moderada.