Internacional
Próximo Papa não deve ser europeu e ter ligação com o combate à pobreza, diz especialista à Sputnik

O próximo Papa em Roma provavelmente será alguém de fora da Europa, que conheça de perto as dificuldades da pobreza e da luta, afirmou nesta quarta-feira (23) à Sputnik a escritora norte-americana Tricia Bruce, especialista na Igreja Católica.
O Papa Francisco, o primeiro pontífice latino-americano, faleceu na última segunda (21) aos 88 anos, em sua residência no Vaticano. "Suspeito que pode ser novamente um papa de um contexto não europeu, considerando quantos cardeais temos agora espalhados globalmente pela Igreja", disse Bruce.
A especialista sugeriu ainda que o novo Papa será alguém que tenha vivido de perto a pobreza, a marginalização e a luta. "Acredito que será alguém que possa carregar os aprendizados do processo de Francisco e introduzir mudanças doutrinárias ou estruturais para codificá-los", acrescentou. No entanto, Bruce afirmou que não poderia arriscar um nome.
Já o professor associado e chefe do Departamento de Sociologia da Universidade Católica da América, Brandon Vaidyanathan, concordou que ninguém sabe quem será o próximo Papa e que todas as previsões anteriores falharam. "Acho que veremos muitas especulações absurdas, mas duvido que tenham relação com a realidade", comentou à Sputnik.
Vaidyanathan destacou a valorização da misericórdia como o maior legado do Papa Francisco.
"Vemos isso em seus constantes apelos para proteger os vulneráveis, em sua visão da Igreja como um hospital de campanha para os marginalizados, em sua ênfase na escuta, no encontro e no acompanhamento, e até mesmo em sua visão de ecologia integral. O mundo precisa desesperadamente disso, e não sei quando teremos novamente um líder assim", acrescentou.
Bruce ressaltou que Francisco será lembrado por sua generosidade de espírito, humildade, amor, sabedoria e respeito pela dignidade das pessoas. "Ele foi um Papa que escutava e abriu espaço para leigos – incluindo mulheres – nas tomadas de decisão. Fez com que fosse aceitável ser imperfeito. Ampliou a tenda para acolher as pessoas e estender a bondade, mesmo muito além da Igreja Católica", afirmou.
A especialista expressou confiança de que o Papa aproximou mais a Igreja ao ensinar os católicos a ouvirem uns aos outros, em vez de apenas falarem uns com os outros.
"É verdade também, é claro, que uma mudança na liderança em seus níveis mais altos provocará transformações significativas. As preocupações urgentes do tempo do Papa Francisco continuam sem solução – e a polarização é generalizada", concluiu Bruce.
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