Depois da posse nesta segunda-feira (28) como secretário de Relações Exteriores do Governo de Alagoas, o ex-prefeito e atual secretário de Governo de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, conhecido nos bastidores políticos como o "ex-imperador", deixou oficialmente o posto mais estratégico da administração municipal nas terras xukuru-kariri.

Embora a mudança pareça um passo adiante na carreira política, a secretaria que Júlio Cezar assume, segundo a crônica política da capital e informações do site oficial do Governo do Estado, não tem muitas atribuições — limitando-se, basicamente, a divulgar o artesanato alagoano fora das fronteiras do estado. Um espaço simbólico, mas de pouca influência real.

Enquanto troca o trono por um gabinete esvaziado em Maceió, a pergunta que ecoa entre políticos, servidores e a população de Palmeira dos Índios é outra: quem Júlio Cezar escolherá para assumir a poderosa Secretaria de Governo do município?

A pasta, que concentra amplos poderes administrativos e políticos, foi o verdadeiro centro de comando do município durante os quatro primeiros meses deste ano, período em que Júlio, mesmo sem mandato eletivo, manteve controle total, nomeando secretários e determinando ações em todas as áreas.

A prefeita Luísa Duarte — também conhecida por ser sua tia e aliada política — tornou-se, nesse período, uma figura meramente decorativa.

Agora, com sua transferência para o Governo do Estado, a escolha do novo secretário será decisiva para manter — ou redistribuir — o poder que Júlio Cezar concentrou. A expectativa nos bastidores é que ele nomeie alguém de confiança total, garantindo que continue a governar à distância, com ordens transmitidas via WhatsApp.

Até o momento, não há confirmação oficial sobre quem será o novo "manda-chuva" da Secretaria de Governo, mas a movimentação política promete acirrar ainda mais as disputas internas dentro da Prefeitura de Palmeira, justamente num momento em que a gestão enfrenta graves desgastes em áreas como infraestrutura, saúde e abastecimento de água.

A grande dúvida que paira no ar é: o ex-imperador realmente deixará o trono ou apenas mudará a sede de seu comando?

Enquanto a resposta não vem, Palmeira dos Índios observa atentamente o próximo capítulo dessa transição de poder altamente simbólica — e politicamente delicada.