Nesta terça-feira (6), autoridades de segurança pública anunciaram o afastamento dos policiais militares envolvidos na abordagem que resultou na morte de Gabriel Lincoln, de 16 anos, ocorrida no sábado (3) em Palmeira dos Índios, Alagoas. Os agentes foram retirados das atividades operacionais e designados para funções administrativas enquanto as investigações prosseguem.

A decisão foi comunicada durante uma reunião na Academia da Polícia Militar, em Maceió, que contou com a presença do secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, do comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim, além de familiares do adolescente, como o pai, Cícero Bezerra, e a tia, Flávia Ferreira, acompanhados pelo advogado da família, Gilmar Torres. Representantes da prefeitura de Palmeira dos Índios e da Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh) também participaram do encontro. A medida faz parte de um protocolo adotado pela Pm para situações semelhantes. O afastamento não foi uma decisão do comando. Ela já aconteceria de qualquer maneira a fim de preservar a investigação.

Durante a reunião, o secretário Flávio Saraiva anunciou a criação de uma comissão de delegados para conduzir uma investigação rigorosa sobre o caso. Paralelamente, a Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos agentes envolvidos.

"O governador Paulo Dantas sempre nos orientou a agir com total transparência e rigor. E é isso que vamos garantir neste caso: uma investigação isenta, responsável e com absoluto respeito à dor da família", afirmou Saraiva.

O comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim, explicou que o afastamento dos policiais é uma medida protocolar adotada para assegurar a transparência e a imparcialidade das apurações. "Eles passarão a desempenhar funções administrativas até que as investigações sejam concluídas", disse Amorim.

O pai do adolescente, Cícero Bezerra, agradeceu o acolhimento e reforçou o apelo por justiça. "Eu confio na Polícia Militar. Meu único pedido é que a investigação aconteça de forma isenta e que a verdade apareça. É isso que a gente precisa como família: saber o que realmente aconteceu com o meu filho", declarou.

A Polícia Civil também está conduzindo diligências no inquérito que investiga a morte do jovem.