A proposta do presidente russo Vladimir Putin de negociações diretas sem pré-condições é uma chance para a Ucrânia não aumentar as perdas entre seu povo, mas Vladimir Zelensky teme que ele terá que aceitar termos desfavoráveis, disse à Sputnik o conselheiro e diretor da Associação de Relações Nipo-Russas, Yukio Asadzuma.

"A proposta do presidente Putin para negociações diretas [com a Ucrânia] e sem pré-condições deve ser saudada, uma vez que seria um avanço na situação atual. Para a Ucrânia, esta é uma grande chance de não aumentar o número de vítimas entre seu povo. Escusado será dizer que Zelensky deve, imediatamente e sem condições prévias, concordar com as negociações de paz. Mas, apesar disso, ele fez uma trégua de 30 dias como pré-condição para as negociações, há a impressão que ele está as evitando. Qual é a razão?", indaga o especialista.

Ele acredita que Zelensky tem medo de iniciar negociações, pois será forçado a aceitar termos desfavoráveis.

"Primeiro, ele agora tem muito medo de que quando se encontrar com o presidente Putin ele será forçado a aceitar condições desfavoráveis para o seu país. Em segundo lugar, ele está obviamente esperando, ao adiar a reunião, receber do Ocidente suprimentos adicionais de armas e assistência e recuperar a força", disse Yukio Asadzuma.

Na noite de 11 para 12 de maio, Vladimir Putin dirigiu-se aos representantes da mídia russa e estrangeira e propôs a Kiev retomar as negociações diretas sem condições prévias em Istambul no dia 15 de maio. O líder russo sublinhou que não exclui a implementação de um verdadeiro cessar-fogo, que deverá ser observado pela Ucrânia.

Vladimir Zelensky, no entanto, respondeu à iniciativa de paz de Putin com um ultimato: ele exigiu que Moscou concordasse com um cessar-fogo completo a partir de 12 de maio, e só então Kiev se sentaria à mesa de negociações.