Brasil
'China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo', diz Lula em Pequim

Ao lado do presidente chinês Xi Jinping, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou guerra comercial de Washington, defendeu papel da OMC e destacou que os conflitos em Gaza e na Ucrânia precisam acabar.
Após um dia dedicado a acordos comerciais e iniciativas de cooperação em diversos setores produtivos, que ao todo captaram R$ 27 bilhões em investimentos para o Brasil, Lula falou nesta terça-feira (13), após reunião em Pequim com o presidente Xi Jinping, que a relação entre Brasil e China "nunca foi tão necessária".
De acordo com o presidente, a ordem internacional estabelecida — por meio de instituições como a ONU — não refletem mais a realidade de hoje, em que a imprevisibilidade e insegurança têm se tornado cada vez mais constantes na medida em que guerras comerciais e conflitos estão se tornando recorrentes.
"Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo", disse Lula.
Lula, que em mais de uma ocasião criticou a guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra Pequim, salientou em seu discurso que "guerras comerciais não têm vencedores", e defendeu "um comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio [OMC]" ao lado de Xi Jinping.
Após a trégua de 90 dias entre Estados Unidos e China na guerra comercial, o Brasil busca negociar a redução das tarifas adicionais impostas pelo governo Trump, especialmente nas exportações de aço e alumínio. Lula destacou a proximidade entre Brasil e China, apesar da distância geográfica, durante seu terceiro encontro presencial com Xi Jinping desde o início de seu mandato em 2023.
Xi Jinping enfatizou a importância estratégica da relação entre China e Brasil, criticando as guerras comerciais e defendendo o livre comércio e o sistema multilateral. Ele também mencionou o apoio de ambos os países para mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, embora a proposta ainda não tenha sido executada.
O presidente brasileiro afirmou que era o chegado momento de superar os conflitos armados, que eles impedem o desenvolvimento pleno dos Estados e destacou os entendimentos comuns entre Brasil e China para uma resolução política da crise na Ucrânia e a necessidade de uma ONU reformada para garantir a paz e os direitos humanos.
"A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável vivendo lado a lado com o Estado de Israel. Somente uma ONU reformada poderá cumprir ideais de paz, direitos humanos consagrados em 1945", seguiu.
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