O líder ucraniano Vladimir Zelensky ainda tem uma chance de terminar o conflito na Ucrânia com as menores perdas, declarou o ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos Scott Ritter na plataforma Substack.

"Zelensky está novamente perante uma escolha [...]. Ele tem a chance de terminar o conflito em posições mais vantajosas, que refletirão a dura realidade para os ucranianos devido às más decisões de Zelensky sobre as relações com a Rússia. Donbass e Novorossiya estão perdidos, eles não podem ser recuperados nem politicamente, nem pela força. É possível acabar com o conflito agora mesmo se reconhecermos as realidades do momento", escreve o especialista dos EUA.

O analista observa que os aliados têm repetidamente encorajado a Ucrânia a quebrar os acordos com a Rússia. De acordo com ele, este não foi apenas o caso dos acordos de Minsk e Istambul, mas também agora com a nova rodada de negociações na Turquia.

"Zelensky enfrenta um dos maiores desafios [...] Os chamados aliados da Ucrânia, que desde a Guerra Fria fantasiam sobre uma derrota estratégica da Rússia, empurram Zelensky para quebrar novas negociações, sacrificando voluntariamente a Ucrânia em busca de seu objetivo inatingível", concluiu Ritter.

As negociações entre a Rússia e a Ucrânia eram esperadas para quinta-feira (15). A delegação russa chegou a Istambul, mas não houve contato entre os representantes dos dois países.

Na sexta-feira, foram realizadas negociações por quase duas horas. O assessor presidencial russo, Vladimir Medinsky, que lidera a delegação russa, anunciou uma troca de prisioneiros em larga escala, de mil por mil, com a Ucrânia.

Segundo ele, Moscou e Kiev concordaram em apresentar a sua visão de um possível cessar-fogo futuro. Durante as negociações, o lado ucraniano solicitou uma reunião dos chefes de Estado, e a Rússia leva isso em consideração. Medinsky também declarou a disposição da Rússia em continuar as negociações com a Ucrânia.