O governo russo agradeceu nesta terça-feira (20) a iniciativa do papa Leão XIV de oferecer o Vaticano como sede das negociações para um acordo de paz na Ucrânia, mas enfatizou que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre onde as possíveis conversas serão realizadas.

A declaração foi dada pelo porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, Dmitry Peskov, um dia após o mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, revelar que o novo líder da Igreja Católica se ofereceu para mediar o diálogo entre as partes na tentativa de alcançar um cessar-fogo na guerra deflagrada há mais de três anos.

"Todos sabem dessa iniciativa do Papa. Houve também uma declaração do Vaticano. O lado russo é, naturalmente, grato a todos aqueles que se dispuserem a contribuir", afirmou Peskov, citado pela agência Tass.

No entanto, o representante do governo russo destacou que "ainda não foram tomadas decisões específicas sobre onde as possíveis negociações futuras devem continuar".

Ontem, Trump telefonou para Putin e para o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, para tentar negociar um cessar-fogo imediato no conflito. Após a ligação, o líder russo classificou a conversa de "informativa e útil" e disse que Moscou está pronto para trabalhar com os ucranianos em um memorando sobre futuras negociações de paz.

Apesar disso, Peskov explicou que ainda "não foram definidos prazos para a elaboração do memorando entre a Rússia e a Ucrânia", mas "as partes trocarão rascunhos e desenvolverão um texto único" sobre as conversas.

"Não há prazos e não pode haver nenhum", disse ele. "É claro que todos querem fazer isso o mais rápido possível, mas, é claro, o 'diabo' está nos detalhes".