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O Fantasma que Assombra a Máquina

Não sei dizer se são as ideias que movem o mundo. Francamente, creio que o calibre do meu velho tinteiro não seja suficiente para meditar sobre essa questão. Porém, uma coisa me parece mais do que certa: as ideias que temos a respeito do mundo e de nós mesmos nos movem e nos levam para bem longe.
Terão aqueles que irão discordar desse simplório escrevinhador, dizendo que o que nos arrasta de um lado para o outro neste mundão de meu Deus é o tal do dinheiro e, à primeira vista, muitos de nós poderemos concordar com essa afirmação. Entretanto, não é o dinheiro, em si, que nos puxa de um lado para o outro, mas sim as ideias que cultivamos sobre ele e, consequentemente, o valor e a importância que atribuímos aos numerários.
E é claro que, também, haverá outros que afirmariam que o que realmente balança o nosso coração e faz ele dançar um pagode em nosso peito é o dito-cujo do poder, a procura pelo status, pela fama e todas as demais traquitanas similares. Pois é. Em alguma medida, isso é verdade; todavia, não é a glória em si que leva fileiras de pessoas a se engalfinharem por um trono de sal com pés de barro, mas sim, isso mesmo, a ideia que as pessoas têm a respeito do poder, da glória e do reconhecimento social.
Seja como for, não temos para onde correr. As ideias que cultivamos amorosamente em nosso íntimo, em grande medida, determinam a fisionomia da nossa personalidade e o modo como encaramos a vida. Ideias essas que, muitas e muitas vezes, nós simplesmente fomos assimilando a esmo, conforme elas foram aparecendo em nossa vida, conforme a sociedade, a grande mídia, os algoritmos e tutti quanti iam nos apresentando.
E as assimilamos não porque fizemos, como se diz, um exame crítico das abençoadas; nada disso. Simplesmente as assimilamos porque nos pareceram agradáveis e, em casos mais severos, as pessoas são incapazes de determinar como elas, as tais das suas ideias, surgiram em sua vida. E se nós não sabemos explicar como uma ideia passou a habitar a nossa vida, é sinal de que não somos nós que a possuímos, mas sim ela que nos possui, reduzindo-nos à condição de um reles marionete que, como todo marionete, acredita, candidamente, ser tão autônomo quanto crítico.
Por isso, revisar nossos valores, criticar nossas ideias e opiniões não é apenas um dever; é uma prática indispensável para não nos perdermos de nós mesmos.
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