Ogrupo terrorista Estado Islâmico (EI) quebrou o silêncio sobre a guerra entre Israel e Irã e disse que tanto os judeus quanto os xiitas são "inimigos dos muçulmanos".

Em editorial na edição mais recente de sua revista, a Al-Naba, o EI define os dois lados do conflito como "infiéis" e os acusa de terem colaborado com os "cruzados", em referência aos países ocidentais, para combater o grupo, que chegou a dominar vastos territórios no Iraque e na Síria na década passada.

"Os judeus e os rawafids [aqueles que rejeitam o 'verdadeiro Islã', termo usado para designar os xiitas] são infiéis e inimigos dos muçulmanos [palavra aqui empregada para se referir somente aos sunitas].


Eles se aliaram e conspiraram com os cruzados para guerrear contra nós ontem", diz o Estado Islâmico.

"E hoje Deus causou dissensão entre seus corações e conspirou contra eles", acrescenta o grupo terrorista, que prega a vertente sunita do Islã, enquanto o Irã é de maioria xiita.

Segundo o EI, os "muçulmanos" podem "tirar vantagem" conforme a guerra entre Irã e Israel se intensifica. "Mas isso não isenta vocês de prosseguirem com intensidade a luta para ser capazes de fazer frente às próximas revoltas dos judeus e para expressar o ódio eterno contra os rawafids", conclui o Estado Islâmico.

O Irã participou de uma coalizão liderada pela Rússia para apoiar o antigo regime de Bashar al-Assad na Síria e o governo do Iraque, os quais o EI tentava derrubar, enquanto Israel forneceu informações de inteligência na guerra contra o grupo.