O empresário e político de longa data Guido Crosetto fez essas declarações em uma conferência em Pádua, segundo a agência de notícias italiana ANSA.

"Antes, os Estados Unidos e a Europa eram o centro do mundo; agora, há todos os restantes com os quais precisamos construir um relacionamento. [...] Muitas vezes falamos como se estivéssemos vivendo 30 anos atrás, mas tudo mudou", disse o ministro italiano, dias antes da reunião dos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em Haia.

A esse respeito, o representante do governo de Giorgia Meloni alertou que "se a OTAN foi criada para garantir a paz e a defesa mútua, deve se tornar uma organização que assume esse papel a nível global – interagindo com o Sul Global, do Brasil à Índia — e, assim, se tornar algo profundamente diferente — ou não alcançaremos o objetivo de segurança dentro de regras que se apliquem a todos".

Crosetto também afirmou que tanto o continente europeu quanto as Nações Unidas não contam mais no cenário global.

"Falamos da Europa como se ela importasse; talvez em algum momento pudesse importar [...] se tivesse tido uma política externa ou de defesa", afirmou, acrescentando que o tempo da região "acabou" porque "o mundo mudou".

"A ONU conta tanto no mundo quanto a Europa: nada, menos que uma seleção nacional, menos que a China, menos que a Índia ou menos que Israel", concluiu.