O governo espanhol não manterá conversas a parte com os Estados Unidos sobre questões comerciais, disse o ministro da Economia espanhol, Carlos Cuerpo, em meio a ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a relutância do governo espanhol em participar dos compromissos coletivos da OTAN para aumentar os gastos militares.

Na quarta-feira (25), a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em Haia elevou a meta de gastos com defesa dos membros da aliança para 5% do PIB, valor que os países devem atingir até 2035.

Posteriormente, Trump criticou duramente a recusa da Espanha em aumentar seus gastos militares. Ele prometeu fazer a Espanha "pagar o dobro" na conclusão de acordos comerciais, acusando o governo espanhol de relutância em participar dos compromissos coletivos da aliança.

"As relações comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia são conduzidas por meio de negociações dos EUA com a Comissão Europeia. Fazemos parte de uma união aduaneira de 27 países", disse Cuerpo à uma agência de notícias espanhola.

Cuerpo observou que Madri não considera acordos bilaterais que ignorem a posição pan-europeia.

Em 19 de junho, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez disse ao secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que Madri não apoiaria a proposta de aumentar os gastos com defesa para 5% do PIB até 2032. Ao mesmo tempo, Sanchez disse que não gostaria de interferir na declaração final da cúpula da OTAN e sugeriu deixar a meta de 5% como uma diretriz voluntária para países que estão prontos ou são forçados a alcançá-la.