Um ataque aéreo israelense atingiu nesta segunda-feira (30) um popular café à beira-mar no oeste da Faixa de Gaza, palco de um conflito entre Israel e o Hamas, e deixou mais de 20 mortos.

Segundo testemunhas, o local é frequentemente usado por ativistas, jornalistas e moradores locais para se refrescar e acessar o wifi.

O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Bassal, disse à AFP que equipes de resgate retiraram 21 corpos e dezenas de feridos da Cafeteria AL-Baqa, um local ao ar livre com tendas ao longo da praia da Cidade de Gaza.

Os socorristas ainda estão vasculhando uma cratera profunda deixada pela explosão. Vídeos postados por ativistas nas redes sociais parecem mostrar o momento em que um míssil, supostamente disparado de um avião de guerra israelense, atingiu a área. Imagens capturaram o momento posterior ao ataque, com corpos espalhados pelo chão.

O novo ataque ocorre após Israel realizar uma onda de ataques aéreos contra o enclave palestino na noite passada, provocando o deslocamento em massa de centenas de famílias palestinas.

Hoje, a Defesa Civil de Gaza também relatou que as forças israelenses mataram 34 civis, um dia após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmar que a "vitória" de seu país sobre o Irã havia criado "oportunidades", incluindo a libertação de reféns mantidos em cativeiro por militantes em Gaza.

Os comentários do premiê israelense aumentaram a esperança de um novo cessar-fogo no conflito que criou condições humanitárias precárias em Gaza.

O Catar, um mediador fundamental nos acordos, afirmou que o "impulso" havia sido criado pela trégua entre Irã e Israel. "Não contamos com isso hoje ou amanhã, mas acreditamos que há elementos para pressionar pela retomada das negociações", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Majed Al-Ansari, a repórteres.