O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, manifestou nesta quarta-feira (2) apoio à discussão sobre o retorno do serviço militar obrigatório no país, em entrevista ao jornal Märkische Allgemeine Zeitung.

"Qualquer pessoa que observe a situação na Europa deve chegar à conclusão de que precisamos nos defender melhor. A proteção de nossos interesses, nossa democracia e nossa liberdade é mais necessária do que nunca. Por isso, precisamos discutir sobre o serviço militar obrigatório. Saúdo o fato de que essa discussão esteja agora em andamento", declarou o presidente.

O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, já havia se declarado que o país precisará de 50 mil a 60 mil soldados adicionais para atender às novas metas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e que atualmente o país não tem condições de reintroduzir o alistamento obrigatório, devido à falta de quartéis e à capacidade limitada de treinar recrutas.

A meta atual para o efetivo das Forças Armadas é de 203 mil militares, mas o número tem caído por dois anos consecutivos, sendo de cerca de 182 mil em março.

Apesar do apelo de políticos alemães para restaurar o serviço militar universal, abolido em 2011, o chanceler Friedrich Merz afirmou em abril que ele permaneceria voluntário.

O jornal alemão Die Welt noticiou em maio, citando autoridades de recrutamento militar, que um aumento significativo no tamanho do Exército alemão, mantendo o serviço militar voluntário, seria impossível devido à sua baixa atratividade para os alemães.

Cerca de 30% dos soldados contratados deixam o Exército, a Marinha e a Força Aérea alemães nos primeiros seis meses de serviço devido à falta de perspectivas de carreira, à necessidade de trabalhar fora de casa e "grosserias" durante o treinamento, informou o jornal, citando documentos militares internos.