Durante a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), realizada nesta quinta-feira (10) na Câmara Municipal de Maceió, o vereador Rui Palmeira (PSD) se posicionou de forma contrária à aprovação dos dois novos empréstimos solicitados pela Prefeitura que ultrapassam R$1 bilhão e apontou pontos críticos na proposta enviada pelo Executivo.


O vereador chamou a atenção para a falta de coerência entre os gastos previstos na LDO e as sucessivas solicitações de financiamentos pela gestão municipal. Um dos principais alvos de questionamento foi o aumento das despesas com pessoal.


“Algo que me deixa em alerta é a despesa de pessoal que, segundo a própria Secretaria Municipal da Fazenda, já está em risco elevado. E o que fez a Prefeitura? Criou mais secretarias, mais serviços autônomos e mais cargos em comissão, utilizando-se de uma lei delegada enviada fora do prazo legal. É uma gigantesca incoerência!”, afirmou.


Sobre os empréstimos, Rui Palmeira reforçou que a Câmara aprovou propostas sem a devida clareza, destacando que em um dos financiamentos sequer foi indicado qual banco irá custear os valores e como serão os formatos de juros e amortização. Ele reiterou ser absolutamente contra a sucessiva política do endividamento do prefeito JHC.


“Ano passado, a Prefeitura anunciou a obra do BRT em R$2 bilhões, mas nesta solicitação aprovada pela Câmara foi autorizado cerca de R$800 milhões para esse fim. De onde virão os outros R$1,2 bilhão? Será que em breve vem aí mais um novo empréstimo?”, questionou.


Além disso, o vereador alertou ainda para os riscos financeiros futuros do projeto do BRT em Maceió, citando como exemplo o sistema implantado na região metropolitana do Rio de Janeiro, onde várias estações foram abandonadas por falta de recursos para manutenção.


“Se hoje a Prefeitura de Maceió já paga R$120 milhões em subsídios para empresas de transporte por ano, imagine o que será pago futuramente com o BRT. De onde sairá esse novo recurso?”, concluiu.


Com a aprovação da LDO e dos empréstimos, Rui Palmeira reforçou seu compromisso em continuar fiscalizando as contas públicas e denunciando decisões que podem comprometer a saúde financeira do município nos próximos anos.