A política alagoana amanheceu nesta quinta-feira (11) agitada com o que já está sendo tratado como um raro momento de unidade entre as principais lideranças do Estado em Brasília. O motivo: a indicação da procuradora alagoana Marluce Caldas para ocupar uma cadeira no Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma das cortes mais importantes do Judiciário brasileiro.

O burburinho começou logo cedo, quando foi divulgada nas redes sociais uma fotografia reunindo o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), o prefeito de Maceió, JHC (PL), e a própria procuradora Marluce Caldas, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada. A imagem já indicava que a indicação de Marluce estava sendo articulada com forte respaldo político.

Até o início da tarde, no entanto, um detalhe chamava atenção e gerava especulações: a ausência do deputado federal Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, em qualquer uma das imagens divulgadas. Apesar de informações da imprensa já apontarem sua presença no encontro, a falta de uma fotografia confirmando essa participação alimentava dúvidas e comentários nos bastidores.

Mas a espera acabou. No início da tarde, a foto de Arthur Lira ao lado de Lula, Marluce Caldas e demais líderes alagoanos finalmente veio à tona, encerrando qualquer controvérsia e evidenciando que, desta vez, todos os principais nomes da política de Alagoas — Renan Filho, Arthur Lira e JHC — estavam remando na mesma direção.

A procuradora Marluce Caldas, que atua no Ministério Público Estadual e possui trajetória jurídica sólida, tornou-se o ponto de convergência de um raro consenso entre figuras que, até então, vinham protagonizando disputas políticas acirradas no Estado. A união em torno do seu nome representa não apenas o reconhecimento à sua carreira, mas também uma articulação estratégica que busca fortalecer a presença de Alagoas no cenário nacional do Judiciário.

Caso sua indicação seja confirmada, Marluce Caldas se tornará a primeira mulher alagoana a ocupar o cargo de ministra do STJ, representando um marco histórico para o Estado e um avanço importante na representatividade feminina nos tribunais superiores.

O gesto de unidade em torno de seu nome é visto por analistas como um recado claro de que, apesar das diferenças locais, quando se trata de fortalecer Alagoas em nível nacional, há espaço para alianças momentâneas e pragmáticas. A articulação política envolveu diretamente o presidente Lula, reforçando a importância da escolha e o peso político da futura decisão.

A Tribuna do Sertão continuará acompanhando os desdobramentos dessa indicação histórica.