O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou ataques contra as forças da Síria para proteger a minoria religiosa drusa na província de Sweida e desmilitarizar a região na fronteira entre os dois países.

A medida chega após Damasco enviar tropas a essa zona do sul do país para conter os confrontos entre drusos e tribos beduínas sunitas, que deixaram pelo menos 135 mortos nos últimos dias.

Os ataques foram anunciados logo após o governo da Síria declarar um cessar-fogo em Sweida. "Estamos agindo para evitar que o regime sírio machuque os drusos e para garantir a desmilitarização da área adjacente à nossa fronteira com a Síria", diz um comunicado de Netanyahu e do ministro israelense da Defesa, Israel Katz.

Também lar de uma grande população drusa, Israel tem se colocado como defensor da minoria religiosa desde a queda do ditador Bashar al-Assad, no fim do ano passado - o grupo étnico era aliado do ex-presidente e segue uma ramificação esotérica do islamismo xiita.

Ataques israelenses foram registrados em cidades como Daraa e Sweida, nos arredores das Colinas de Golã, território sírio ocupado pelo país judeu desde 1967.

Enquanto isso, autoridades religiosas drusas de Sweida pediram nesta terça às suas forças locais para se render perante o ingresso das Forças Armadas de Damasco.

"A todas as unidades que operam na cidade de Sweida, declaramos um cessar-fogo completo após um acordo com os notáveis e os dignitários da cidade", disse no X o ministro da Defesa da Síria, Murhaf Abu Qasra.

Os combates evidenciam os desafios enfrentados pelo presidente interino Ahmed al-Sharaa, cujas forças islamitas depuseram Assad após quase 14 anos de guerra civil. A população drusa da Síria antes da guerra era estimada em 700 mil pessoas, concentrada principalmente na província de Sweida.