A Secretaria de Estado da Primeira Infância de Alagoas (Cria) promoveu, na manhã desta sexta-feira (18), a última escuta qualificada dentro do processo de construção do Plano Estadual pela Primeira Infância (Pepi). A roda de conversa foi voltada para famílias de crianças com deficiência e aconteceu no auditório da Vice-Governadoria, no Centro de Maceió.

O encontro teve como objetivo ouvir diretamente mães, pais e cuidadores de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), surdez, Síndrome de Down, Síndrome Congênita do Zika Vírus e outras condições, sobre os desafios enfrentados no cuidado diário, bem como seus sonhos e expectativas para o futuro das crianças.

Também foram ouvidos representantes do Instituto Bilíngue de Qualificação e Referência em Surdez (Ires), trazendo os desafios diários. A escuta foi conduzida pela professora Elisângela Mercado e seguiu uma metodologia participativa, inspirada em experiências de escutas ativas que buscam reconhecer a criança como sujeito de direitos e protagonista das políticas públicas voltadas à primeira infância.

Durante o diálogo, os participantes puderam compartilhar suas vivências em relação ao acesso a serviços essenciais como saúde, educação, transporte e assistência social, além de indicarem o tipo de apoio que esperam do poder público para garantir uma rotina mais digna e inclusiva para suas famílias.

“Esse momento é muito importante porque, muitas vezes, essas famílias são invisibilizadas nas discussões de políticas públicas. Ao trazer essas vozes para o centro do debate, conseguimos construir um plano mais justo, que abrace as diferentes infâncias do nosso estado”, destacou a secretária da Primeira Infância, Caroline Leite.

A roda de conversa também abordou temas como inclusão escolar, qualificação dos profissionais que atendem crianças com deficiência, acessibilidade e expectativas em relação ao futuro. As falas emocionadas revelaram, por um lado, as dificuldades enfrentadas diariamente, e, por outro, o desejo de transformação por meio de políticas efetivas.

As contribuições serão sistematizadas e incorporadas ao Pepi, documento que irá orientar, pelos próximos 10 anos, ações intersetoriais voltadas à proteção, ao cuidado e ao desenvolvimento integral de crianças de 0 a 6 anos em Alagoas. O documento deverá ser lançado no mês de agosto.