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Filme francês sobre radicalização feminina, Rabia – As Esposas do Estado Islâmico estreia em 21 de agosto nos cinemas pela Pandora Filmes
Longa de estreia da diretora Mareike Engelhardt, baseado em relatos reais, aborda os bastidores das casas de noivas do Daesh

A Pandora Filmes lança nos cinemas brasileiros, no dia 21 de agosto, o drama francês Rabia – As Esposas do Estado Islâmico (Rabia, no original), dirigido por Mareike Engelhardt. O filme parte de depoimentos reais de jovens europeias recrutadas pelo Estado Islâmico para retratar os mecanismos de aliciamento, doutrinação e controle de mulheres no interior do califado.
A protagonista, Jessica (Megan Northam), é uma jovem francesa de 19 anos que parte para a Síria acreditando estar iniciando uma nova vida. Ao chegar em Raqqa, capital do Daesh, ela é enviada para uma “madafa” — espécie de casa onde mulheres solteiras ou viúvas esperam para se casar com combatentes — e passa a ser chamada de Rabia. O local é administrado com rigor por Madame (Lubna Azabal), figura inspirada em Oum Adam, uma das líderes femininas mais temidas do grupo extremista jihad.
O roteiro, assinado por Engelhardt em parceria com Samuel Doux, combina pesquisa jornalística com construção ficcional. A diretora entrevistou mulheres europeias que viveram nas casas de noivas do Daesh e acompanhou sessões de julgamento dessas ex-integrantes em Paris. A estrutura narrativa é baseada em um huis clos (ambiente fechado), onde a evolução da personagem principal reflete os processos internos de radicalização, submissão e perda de identidade.
A produção também se apoia em um trabalho técnico consistente: a fotografia é de Agnès Godard (Beau Travail, 35 Doses de Rum), e a direção de arte recria pela primeira vez, em ficção, os interiores de uma madafa — ambientes nunca antes filmados ou documentados visualmente. A trilha sonora original é assinada por David Chalmin, que já colaborou com Madonna e Thom Yorke.
Durante a preparação, as atrizes principais participaram de encontros com ex-integrantes do Estado Islâmico que viveram em madafas reais. Uma dessas mulheres atuou como consultora no set, contribuindo diretamente com sequências específicas do roteiro.
A encenação evita a representação direta da violência. Em vez disso, trabalha com o fora de campo — som, silêncio e marcas físicas — como recurso dramático para abordar o impacto psicológico do ambiente. À medida que a protagonista se adapta à nova realidade, o figurino, a iluminação e os enquadramentos acompanham essa transformação.
Além de Megan Northam e Lubna Azabal, o elenco conta com Natacha Krief, Lena Lauzemis, Klara Wördemann e Maria Wördemann. O longa é uma coprodução entre França, Alemanha e Bélgica, com apoio da Arte France, Canal+, Eurimages e outras instituições europeias.
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