O programa nuclear de Teerã e o enriquecimento de urânio são apenas uma desculpa para os Estados Unidos atacarem o Irã, disse o Líder Supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, na terça-feira (29).

"Justificativas sobre questões nucleares, [enriquecimento de] urânio, direitos humanos e coisas desse tipo não passam de desculpas. O que os irrita é o fato de a República Islâmica ser capaz de produzir novas ideias nas várias áreas da ciência e do conhecimento – seja nas ciências humanas, ciências técnicas ou ciências religiosas", afirmou Khamenei.

Irã e Estados Unidos realizaram cinco rodadas de negociações mediadas por Omã sobre o programa nuclear. A sexta rodada estava agendada para 15 de junho, mas o ataque israelense ao Irã e o bombardeio de sites nucleares iranianos cancelaram esses planos.

Oficiais iranianos rejeitam as acusações de que o país persa estaria fabricando secretamente uma arma nuclear e defendem a retomada das negociações com Washington sem pré-condições. Em particular, o Irã se opõe à exigência dos EUA de interromper o enriquecimento de urânio.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baghaei, afirmou que Teerã não tem planos de realizar negociações com Washington, por enquanto, argumentando que as condições para uma nova rodada de consultas ainda não amadureceram.

Irã, França, Alemanha e Reino Unido realizaram negociações nucleares em Istambul em 25 de julho, pela primeira vez desde o fim da "guerra de 12 dias". As conversas ocorreram no contexto das ameaças desses países de reimpor sanções a Teerã caso um novo acordo nuclear não seja alcançado até o final do verão.

Como forma de dissuasão, o parlamento iraniano elaborou um projeto de lei para retirar a República Islâmica do Tratado de Não Proliferação, caso o trio europeu reimponha as sanções previstas pelo acordo nuclear de 2015, que permanece formalmente em vigor.

Por Sputinik Brasil