A médica de 51 anos presa neste domingo (3) por perseguir uma família com um bebê dentro de um shopping em Cruz das Almas, Maceió, foi encaminhada ao Hospital Portugal Ramalho para avaliação psicológica. A decisão foi tomada durante audiência de custódia realizada nesta segunda-feira (4), que acabou suspensa a pedido do juiz responsável pelo caso.

A mulher, cujo nome não foi divulgado, será avaliada pela equipe de atenção primária em saúde mental, conforme prevê a Resolução nº 487 de 2023 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que institui a Política Antimanicomial do Judiciário. Segundo a norma, pessoas com indícios de transtornos mentais devem ser encaminhadas para atendimento em redes de proteção social antes da definição de sua situação processual.

A legislação ainda garante à custodiada o direito de ser acompanhada, durante o processo, por alguém de sua confiança ou por integrante de serviço público com o qual tenha vínculo. Após a avaliação, a Justiça deverá decidir sobre eventuais medidas judiciais cabíveis.
O caso
Segundo relato dos pais da criança à Polícia Militar, a médica começou a seguir a família dentro do shopping e tentou interagir repetidamente com o bebê, mesmo após ser repreendida. Assustados, os pais acionaram a segurança do estabelecimento, que conteve a mulher até a chegada da polícia.

Inicialmente, o caso foi tratado como tentativa de sequestro, mas a suspeita acabou autuada por stalking, crime de perseguição incluído no Código Penal em 2021, por meio da Lei nº 14.132.

Ao ser interrogada na delegacia, a médica afirmou que enfrenta problemas mentais e apresentou contradições ao explicar seu comportamento. Ela disse que a aparência do bebê lhe lembrou a própria filha, hoje com mais de 20 anos e residente em Brasília.

O delegado Eliel Tavares informou ainda que uma vizinha da suspeita esteve na delegacia e relatou que a mulher mora sozinha em Maceió e estaria passando por um quadro depressivo após uma separação.