Os mísseis balísticos de alcance intermediário Oreshnik podem ser implantados não só na parte ocidental da Rússia, mas também na parte oriental, se a situação em desenvolvimento o exigir, disse à Sputnik Igor Korotchenko, analista militar e editor-chefe da revista russa Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional).

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia observou na segunda-feira (4), que já não existem as condições para a manutenção da moratória unilateral de implantação de mísseis terrestres de alcance curto e intermediário e que Moscou já não se considera vinculada pelas autolimitações previamente assumidas nesta área.

O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov ressaltou mais tarde que a Rússia se considera autorizada, se houver necessidade, a tomar medidas para a implantação de mísseis terrestres de médio e curto alcance, não havendo já restrições nesse sentido.

"Quanto à parte oriental do nosso país, aqui estamos assistindo a uma corrida armamentista em larga escala, desenvolvida ativamente pelo bloco AUKUS, à formação da ala oriental da OTAN. Assim que os sistemas americanos de alcance intermediário Typhon apareçam no território de pelo menos um país amigo dos EUA na região, sejam as Filipinas, o Japão ou a Coreia do Sul, a implantação desses sistemas [Oreshnik] será realizada pela Rússia em áreas posicionais na parte oriental do país", disse Korotchenko.

De acordo com ele, tendo em conta o alcance dos Oreshnik, se necessário, todo o Alasca e uma parte significativa do Canadá ficarão na área alvo.

Os Oreshnik são mísseis hipersônicos com um alcance de 5 mil quilômetros e uma velocidade de Mach 10 (12.300 km/h, 10 vezes superior à do som), não podendo ser interceptados.