O mundo relembra os 80 anos dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki em meio ao aumento dos riscos nucleares. Segundo o CEO da Associação de Controle de Armas, Daryl Kimball, o desarmamento ainda é possível e urgente para evitar um conflito que poria em causa a civilização humana em questão de dias.

A comunidade internacional está lidando com os crescentes riscos nucleares 80 anos após os bombardeios norte-americanos de Hiroshima e Nagasaki, mas o desarmamento nuclear continua possível, disse o especialista em questões nucleares Daryl Kimball à Sputnik.

"Hoje, ao celebrarmos o 80º aniversário da detonação do primeiro teste nuclear e dos bombardeios atômicos norte-americanos de Hiroshima e Nagasaki, os riscos nucleares estão aumentando novamente. O desarmamento nuclear é possível e necessário", disse Kimball.

As últimas oito décadas mostraram que ninguém pode vencer em um conflito nuclear, mas a civilização humana permanece precariamente ancorada à existência de armas nucleares e à ameaça de seu uso novamente, acrescentou.

O especialista alertou que um grande conflito nuclear mataria e feriria centenas de milhões de pessoas nas primeiras horas e dias, e muitas outras morreriam depois.

"Aprendemos que ninguém vence corridas armamentistas nucleares custosas, e quanto mais diálogo e previsibilidade conseguirmos por meio de acordos de redução de armas nucleares, mais seguros estaremos todos", disse Kimball.

Em agosto de 1945, pilotos norte-americanos lançaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. A explosão de Hiroshima matou 140.000 dos 350.000 habitantes da cidade, com Nagasaki perdendo 74.000. A esmagadora maioria das vítimas civis é homenageada anualmente durante as cerimônias memoriais de 6 e 9 de agosto.