O alto diplomata chinês Wang Yi afirmou nesta quarta-feira (6) que a China está disposta a trabalhar com o Brasil para aprofundar a cooperação bilateral e alavancar a estabilidade e a complementaridade de sua cooperação.

Em telefonema com o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, o chanceler chinês Wang Yi declarou que a China é contra a interferência externa nos assuntos internos brasileiros, e que está disposta ampliar sua cooperação diante dos problemas comerciais causados pelos EUA.

"A China apoia firmemente o Brasil na defesa da soberania e dignidade nacionais, se manifesta contra a interferência externa injustificada nos seus assuntos internos e o apoia firmemente na defesa de seus interesses nacionais, direito ao desenvolvimento e na resistência ao abuso discriminatório por meio de tarifas", declarou o ministro da China, de acordo com a agência Xinhua.

Amorim, por sua vez, declarou que o Brasil deseja estreitar a cooperação com a China no campo do comércio, finanças e outras áreas, além de trabalhar com a China para fazer avançar o mecanismo do BRICS e fortalecer a solidariedade entre os países do Sul Global.

Segundo Wang, sob a liderança de Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva, os dois países têm trabalhado juntos para construir uma comunidade com futuro compartilhado, refletindo uma visão comum de multipolaridade, respeito às regras internacionais e defesa da justiça global.

O chanceler chinês ressaltou que, como os maiores países em desenvolvimento em seus respectivos hemisférios, China e Brasil mantêm uma relação de apoio mútuo, coordenação estreita e defesa dos interesses legítimos do Sul Global.

Ainda durante a conversa, Amorim e Wang trocaram opiniões sobre a crise na Ucrânia. A parte chinesa propôs que Pequim e Brasília mantenham o diálogo e colaborem para construir consenso no Sul Global em favor de um cessar-fogo e da promoção de negociações. Wang sugeriu ainda que os esforços conjuntos sejam canalizados por meio do Grupo de Amigos pela Paz, com o objetivo de contribuir para uma solução política duradoura para o conflito.