Alagoas
Consuni aprova concessão de títulos de doutoras Honoris Causa para a professora Cida e Mãe Mirian
As duas propostas foram apresentadas pelo Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi)

Coube à jornalista e mestra em Antropologia, Jéssyka Faustino, apresentar ao Conselho Universitário (Consuni), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), as propostas do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi) para a concessão dos títulos de doutoras Honoris Causa à professora Maria Aparecida Batista de Oliveira e à Ialorixá Mãe Mirian. As duas propostas foram aprovadas na manhã desta terça-feira (5).
Mulher negra, jovem e com uma história de superação para conseguir estudar e se dedicar à pesquisa, Jéssyka se emocionou e também fez a platéia se emocionar ao ouvir as apresentações. “Defender as trajetórias e as contribuições dessas mulheres foi uma honra e uma responsabilidade imensa. Nós estamos falando de honrarias para mulheres que já provaram, pelas marcas que deixaram em várias pessoas que estão aqui também, que elas não só mereciam, como já era uma demanda antiga da universidade, conceder esses títulos”, ressaltou.
Sobre Mírian Araújo Souza Melo, Mãe Mirian, a recomendação ao título redigida pelo Neabi destaca a relevância dela para a cultura alagoana. “A vida e saberes de Mãe Mirian são de imensa relevância para a luta antirracista e contra a intolerância religiosa, e ainda mais importante para o povo de terreiro do Nordeste e do Brasil - aquelas mulheres e homens regidos pelas tradições e pela ancestralidade africanas. Sua trajetória, portanto, é um monumento à história e cultura negras e alagoanas, um caminho que funda lembranças, narrativas e significados que são caros à nossa identidade e territorialidade”, destaca o documento lido no Consuni.
Já sobre Maria Aparecida, o texto destaca que ela representa um dos mais potentes exemplos de resistência, transformação e compromisso social na história da Universidade Federal de Alagoas. “Sua atuação ultrapassa os limites da sala de aula e reverbera nas políticas institucionais de acesso, permanência e inclusão, bem como na construção de saberes que rompem com as estruturas de opressão”, ressaltaram os integrantes do Neabi.
Carinhosamente conhecida como Cida, a professora, agora aposentada, contribuiu por mais de cinco décadas em lutas sociais pela educação pública de qualidade, pela igualdade de gênero, pelo enfrentamento ao racismo e pela dignidade humana. “Ela tem uma trajetória irretocável nesta universidade. Desde a sala de aula, a participação política, até o afeto que ela gerou nas pessoas por quem ela passou, eu inclusa”, disse Jessyka.
Após a aprovação da concessão dos títulos, caberá ao cerimonial da Ufal organizar as solenidades, com todos os ritos desta honraria. “A concessão dos títulos de doutoras honoris causa à professora Cida Oliveira e à Mãe Miriam é um reconhecimento mais do que justo. A Ufal se orgulha de homenagear duas personalidades tão importantes para Alagoas, especialmente pelas contribuições na luta das mulheres e da população negra”, declarou o reitor Josealdo Tonholo.
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