A Rússia e os Estados Unidos estão prontos para um diálogo construtivo na próxima cúpula no Alasca, mas a posição da Ucrânia e da União Europeia (UE) pode impedir isso, pois para eles é benéfico continuar o conflito, disse à Sputnik o cientista político russo Vladimir Batyuk.

Batyuk destacou que, embora haja uma aproximação entre as posições de Moscou e Washington sobre a Ucrânia, é importante levar em conta a opinião de Kiev e da UE, pois na Ucrânia e na Europa muitos sentem o desejo de continuar o confronto por muitas razões.

"Portanto, pode haver obstáculos e problemas muito sérios nas relações entre os Estados Unidos e seus aliados europeus", ressaltou.

Segundo o especialista, a próxima reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo estadunidense, Donald Trump, é um sinal de que as partes estão comprometidas com um diálogo sério e produtivo.

Batyuk acrescentou que o Alasca é um lugar simbólico, pois é nessa parte do globo que as fronteiras russo-americanas praticamente convergem.

"Essa decisão parece bastante lógica. Parece-me que isso é um sinal de que as partes estão prontas para um diálogo sério e produtivo", finalizou.

O Kremlin e a Casa Branca anunciaram que Putin e Trump vão se reunir no Alasca em 15 de agosto.

Mais cedo, o assessor do presidente russo, Yuri Ushakov, informou que o representante especial do presidente dos EUA, Steve Witkoff, mencionou no Kremlin a opção de uma reunião trilateral entre Putin, Trump e o atual líder ucraniano, Vladimir Zelensky, mas o lado russo o deixou sem comentários, sugerindo que eles se concentram na preparação de uma cúpula bilateral.

Putin observou nesta quinta-feira (7) que seu encontro com Zelensky é possível, mas é preciso criar condições para tais negociações, que ainda estão longe de serem criadas.

Por Sputinik Brasil