O Ministério da Defesa do Reino Unido vem encobrindo há anos o vazamento de água radioativa para o mar a partir de uma instalação de armazenamento de ogivas nucleares no oeste da Escócia devido ao rompimento de tubulações antigas, informou a mídia britânica, citando documentos do órgão regulador ambiental escocês.

A base onde as bombas nucleares britânicas são armazenadas permitiu que água radioativa vazasse para o mar após o rompimento repetido de tubulações antigas. Substâncias radioativas vazaram para Loch Long, uma baía perto de Glasgow, no oeste da Escócia, porque a Marinha britânica não conseguiu manter adequadamente uma rede de 1.500 tubulações de água na base, de acordo com o The Guardian.

Segundo a publicação, a base militar em questão fica próxima ao povoado escocês de Coulport. Ela armazena ogivas nucleares destinadas a quatro submarinos Trident, que estão posicionados nas proximidades.

Citando documentos da Agência Escocesa de Proteção Ambiental (SEPA, na sigla em inglês), a publicação afirmou que as tubulações da base militar romperam repetidamente em 2010, duas vezes em 2019 e mais duas vezes em 2021. De acordo com o órgão regulador, no momento das rupturas, cerca de metade de todo o equipamento de armazenamento estava com a vida útil expirada. Como observado, água contaminada com trítio radioativo, uma substância usada em ogivas, vazava das tubulações.

Ainda segundo o jornal, a SEPA e o Ministério da Defesa britânico tentaram ocultar as informações sobre os vazamentos por muitos anos, alegando que se tratava de uma questão de segurança nacional. Mas, recentemente, o Comissário de Informação da Escócia, David Hamilton, responsável pela promoção e aplicação da Lei da Liberdade de Informação, ordenou que esses dados fossem tornados públicos, após o que foram obtidos pelos meios de comunicação escoceses Ferret e The Guardian.