Internacional
Plano de guerra de Benjamin Netanyahu para Gaza fracassará, alerta ministro das Finanças de Israel

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, afirmou ter perdido a confiança em Netanyahu por considerar um acordo com o Hamas, ampliando a crise interna no governo em meio à intensificação da ofensiva militar em Gaza.
De acordo com o Financial Times (FT), o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, declarou ter perdido a fé na capacidade do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de alcançar uma "vitória decisiva" em Gaza. A crítica veio após o gabinete de segurança aprovar a expansão da ofensiva militar no enclave, reacendendo tensões dentro da coalizão governista. Smotrich acusou Netanyahu de hesitação e criticou a possibilidade de um acordo com o Hamas.
Smotrich, figura central da ala ultranacionalista, afirmou que permaneceu no governo enquanto acreditava em uma vitória militar clara. Agora, diz não confiar que Netanyahu deseje ou consiga liderar o país nesse caminho. Apesar da contundência das declarações, o ministro não ameaçou deixar o governo, mas sua fala representa uma escalada nas críticas internas à condução da guerra.
A pressão sobre Netanyahu por políticas mais duras vem de aliados como Smotrich e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir. A decisão de ampliar a ofensiva contra o Hamas tem sido criticada como imprudente, tanto por líderes israelenses quanto por observadores internacionais. O plano inclui assumir o controle da Cidade de Gaza e forçar a evacuação de civis, o que levanta preocupações humanitárias.
A ofensiva pode ser adiada até outubro para permitir a convocação de reservas, evacuação de civis e preparação de infraestrutura humanitária. Smotrich, que participou das deliberações, criticou o plano por não visar uma solução definitiva, mas sim pressionar o Hamas por um acordo parcial de reféns. Ele defende uma abordagem mais agressiva, embora não tenha detalhado sua proposta.
Smotrich e seus aliados defendem a reocupação total da Faixa de Gaza, a "emigração voluntária" dos 2 milhões de habitantes e o restabelecimento de assentamentos israelenses. Ainda segundo o FT, Zvi Sukkot, parlamentar do partido Sionismo Religioso, sugeriu que o grupo pode deixar a coalizão e pressionar por eleições antecipadas, questionando a lógica de enviar soldados sem um objetivo claro.
Apesar das tensões, analistas políticos duvidam da realização de eleições antecipadas. A coalizão de Netanyahu enfrenta dificuldades internas, mas ainda se mantém no poder. Pesquisas indicam queda de popularidade, e o partido de Smotrich corre o risco de não atingir o mínimo necessário para entrar no próximo parlamento.
Internacionalmente, a decisão de expandir a guerra foi condenada por nove países ocidentais e pela União Europeia (UE), que alertaram para o agravamento da crise humanitária e o risco aos reféns israelenses. O líder da oposição, Yair Lapid, também criticou o plano, apontando impactos econômicos negativos e alertando que os custos da guerra poderiam prejudicar os serviços públicos em Israel.
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