Violência doméstica é um assunto evidente e reunir mulheres para falar de prevenção e autoproteção será sempre importante e necessário, independentemente da idade e da classe social. Por isso, o sábado (9) foi diferente para um grupo que teve a oportunidade de conhecer o Krav Maga, em evento promovido pela Associação do Ministério Público de Alagoas (Ampal) em parceria com o. Sesc. A agenda fez parte do cronograma das ações do “Agosto Lilás “, e contou com o apoio da Procuradoria-Geral de Justiça.

Recepcionadas com música ao vivo, animadas e dançantes ao ritmo de um repertório recheado de rock e axé, tocado pelo músico Luciano Santos, cerca de 50 mulheres que fazem parte de dois programas do Sesc foram as contempladas. Elas tiveram acesso aos ensinamentos do instrutor Ernani que explicou, cuidadosamente, para que serve o Krav Maga e fez demonstrações dessa defesa pessoal israelense. O intuito foi conscientizá-las de que as mulheres podem e devem se preparar para quaisquer tentativas de violência física.

O presidente da Ampal, promotor de Justiça Givaldo Lessa, expressou o sentimento de acolhimento e incentivação , e também falou da importância da parceria.

“Como presidente da Ampal, reafirmo nosso compromisso com a defesa dos direitos das mulheres. A Lei Maria da Penha, que celebramos neste mês, é uma conquista histórica, mas sua efetividade depende de ações concretas, como esta. Cada mulher que aprende a se defender , que reconhece sinais diante da violência, torna-se uma aliada da Justiça. Que esse momento não seja apenas um aprendizado, mas o início de uma jornada coletiva de transformação”, ressalta.

Para a coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher, promotora de Justiça Ariadne Dantas, as mulheres precisam conhecer os direitos e decidir deixar para trás a submissão e o medo de transformar a realidade em que vivem.

“Essa é mais uma ação do Agosto Lilás, um dia bastante importante pela informalidade, por ser o momento em que elas estão sendo o foco da ação, autovalorizando-se, também se autoconhecendo e se familiarizando com um conteúdo de defesa. É evidente que a gente não quer, o ideal é que não haja violência contra a mulher, mas ela existe, não podemos desconsiderar essa realidade e, diante disso, é importante saber se defender para proteger a própria vida, porque a verdade é que as mulheres morrem por serem mulheres, e se isso ainda acontece, precisamos buscar artifícios para que se protejam dessa violência. Esperamos que realmente saiam daqui satisfeitas com a ação, um dia diferente, um dia em que elas aprendem noções que talvez nunca tenham tido e, sem dúvidas, que isso as deixe com a sensação de segurança, da possibilidade, do poder que elas têm de se defender”, afirma.

Além de trazer a boa notícia de que o Sesc vai introduzir o Krav Maga no cronograma dos programas que atendem essas mulheres, a assistente social Mabel Araújo, falou sobre a importância do aprendizado.

“ O Sesc tem um trabalho específico com mulheres em dois projetos, que é o Fortes países, e o Conversando sobre Saúde, e a violência é praticamente pauta mensal. Esse momento tão bem planejado, tão organizado, significa aprendizado e valorização, pois possibilita, de alguma forma, tanto para quem já foi vítima , ou não, aprender técnicas de enfrentamento à tentativa de uma violência física. Todos sabemos que os índices estão aumentando, tanto de agressões como feminicídios, é o que está posto aí, o que vimos nos noticiários, então, essa oficina representa uma forma de garantir vida, de estar se livrando de uma agressão”, declara.

Para mostrar que mulher, de qualquer idade, tem condições de se defender da covardia machista, o instrutor Ernani colocou no tatame alunas a partir de 12 anos, deixando a todas impressionadas.

Entre o intervalo da dança e a aula de Krav Maga, as convidadas puderam se deliciar com um belo café da manhã .

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