Os preços e os estoques de lítio dispararam globalmente nesta segunda-feira (11), após a decisão da produtora chinesa de baterias CATL de suspender as operações em sua mina de Jianxiawo, uma das maiores minas de lítio do mundo, alimentando especulações do mercado sobre restrições mais amplas ao setor, segundo a mídia norte-americana.

Nesta segunda-feira, as ações das principais produtoras de lítio dispararam, com a Tianqi Lithium Corp. subindo 19% em Hong Kong e a Ganfeng Lithium Group Co. subindo 21%, informou a Bloomberg. As mineradoras australianas aderiram à alta, com a PLS Ltd. subindo 20% e a Liontown Resources Ltd. ganhando 25%, enquanto os preços à vista teriam subido 3%, para 75.500 yuans (R$ 57.229), o maior valor desde fevereiro.

A mina na província de Jiangxi é a maior fonte de lítio da China no importante polo de Yichun, respondendo por aproximadamente 6% da produção global, segundo a mídia. A CATL confirmou o fechamento após o vencimento de sua licença no último sábado (9), afirmando que busca renovação, sem fornecer mais detalhes.

Fontes disseram à Bloomberg que a paralisação pode durar pelo menos três meses, enquanto analistas atribuíram a suspensão às reformas industriais mais amplas da China.

"Acreditamos que isso pode ser parte da iniciativa anti-involução do governo", disseram analistas do Citigroup Inc. em nota citada pela apuração.

O encerramento em Yichun "deve ajudar a China a reprecificar seu recurso estratégico a longo prazo, e o governo pode garantir que o lítio seja minerado e extraído de forma adequada e em conformidade", disseram os analistas.

A suspensão ocorre em meio a um excesso de oferta global de lítio, agravado pela desaceleração da demanda, bem como pela redução dos incentivos à indústria pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Os investimentos agressivos da CATL em minerais, parte da estratégia de integração vertical da China, agora enfrentam obstáculos devido aos esforços de correção de capacidade de Pequim, disse a Bloomberg.