Maceió, 11 de agosto de 2025 — Faleceu na manhã deste domingo (10), aos 89 anos, o médico, escritor e historiador Luiz Nogueira Barros. Natural de Pão de Açúcar (AL), nascido em 2 de novembro de 1935, passou parte da infância em Santana do Ipanema — paisagens que marcaram sua obra.

Formado em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em 1963, exerceu intensa carreira no serviço público, com passagens pelo SESP e pelo antigo INAMPS, sem nunca se afastar da produção intelectual.

Sua vasta trajetória literária inclui ensaios, peças teatrais e crônicas com viés histórico, filosófico e político. Entre suas principais obras destacam-se:

• O que se passa com o rei? (fábula sobre a guerra)

• Do sertão ao litoral (contos e ensaios)

• A solidão dos espaços políticos (análise sobre as décadas de 1930 a 1950 em Alagoas)

• As bodas do Senhor Prudente (peça teatral premiada pela Academia Alagoana de Letras)

Deixou ainda obras inéditas, como o romance A saga dos Góis Monteiro e o ensaio Perfil cultural do Século XXI em face da globalização.

Integrante atuante do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), ocupou o cargo de Secretário Perpétuo a partir de 2001. Também foi membro da Academia Alagoana de Letras. Em sua homenagem, o sucessor na Cadeira nº 13 do IHGAL, João Aderbal Raposo de Moraes, ressaltou o legado de um intelectual que “uniu o olhar clínico à escuta da história” e ensinou que “escrever também é cuidar.

Além da medicina e da cultura, Luiz Nogueira manteve forte atuação política. Militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR), foi preso e torturado em 1973 durante o regime militar, acusado de envolvimento político com Manoel Lisboa. Sua participação também se deu no jornal comunista A Voz do Povo, veículo que resistiu à repressão da ditadura.

O velório aconteceu no domingo, no Cemitério Parque das Flores, no bairro do Canaã, em Maceió. O sepultamento está previsto para esta segunda-feira (11) às 10h, no mesmo local