Alagoas

Programa Alagoas Lilás é um dos destaques do Gazeta Summit Mulher

Fábia Assumpção / Agência Alagoas 14/08/2025
Programa Alagoas Lilás é um dos  destaques do  Gazeta Summit Mulher
O Alagoas Lilás é uma iniciativa inédita no país voltada ao enfrentamento, a qualificação e a articulação da redes de atendimento às mulheres - Foto: Thiago Sampaio / Agência Alagoas

O Programa Alagoas Lilás,  instituído pelo Governo de Alagoas para promover ações de combate à violência contra a mulher,  foi um dos temas em destaque no Gazeta Summit Mulher, promovido nesta quinta-feira (14) pela Organização Arnon de Mello (OAM), no Centro de Tecnologia e  Inovação, no bairro de Jaraguá.

 

Durante o painel com o tema  "Agosto Lilás e a Política Estadual de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres”, a secretária executiva de Políticas para a Mulher, Dilma Ribeiro, apresentou o processo de formulação da Política Alagoas Lilás, que foi construída de forma coletiva. 

 

"É uma iniciativa inédita no país voltada ao enfrentamento sistêmico, a qualificação e a articulação das redes de atendimento às mulheres em situação de violência", observou.

Também participaram do painel a delegada  Ana Luiza Nogueira, coordenadora das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher/SSP/AL; Rosana Coutinho, perita-geral da Polícia Científica de Alagoas; integrantes do Poder Judiciário, Ministério Público e lideranças dos movimentos de mulheres.

 

O painel foi mediado por  Carla Rosário, especialista em Diversidade e Inclusão (Instituto Geni). Para a delegada Ana Luiza Nogueira, as  ações efetivadas pelo Alagoas Lilás são de grande importância para discutir ações com o objetivo de fortalecer medidas de enfrentamento à violência contra todas as mulheres. "Aqui nesse evento,  houve dois painéis que se complementam, porque é preciso também que a política pública chegue antes do tapa, chegue antes daquela violência física se concretizar", expressou a delegada

 

Para ela, eventos como o Summit Mulher são essenciais para discutir esse tema, enquanto sociedade, porque é preciso ter conhecimento que a lei Maria da Penha prevê uma responsabilidade coletiva, para atuar de forma rígida e clara, para evitar que os agressores saiam impunes. "Porque o estado de Alagoas não tolera violência contra a mulher", alertou a delegada.

 

O evento reuniu autoridades, especialistas e representantes de instituições que atuam na promoção dos direitos das mulheres. A iniciativa integra a série de fóruns promovidos pela OAM, que já trouxe à pauta temas como mobilidade urbana, primeira infância e segurança hídrica — sempre com alto nível de discussão e um formato inovador em Alagoas.

 

Nessa edição, o tema central foi o combate à violência contra a mulher, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. A palestra de abertura foi  conduzida por Gabriela Mansur, advogada e presidente do Instituto Justiça de Saia, que abordou a igualdade de gênero como pilar da democracia.

 

Para Gabriela, a aplicação das leis brasileiras em defesa da mulher são frágeis. "O nosso maior arcabouço legislativo é a Lei Maria da Penha. Sem dúvida, a primeira melhor do mundo, porque ela foi realizada, elaborada com base numa história real de injustiça", defendeu.

 

A advogada apresentou dados alarmantes sobre a violência contra a mulher no Brasil. "Somos o 5° país do mundo com maior índice do país. A cada 15 segundos, uma mulher sofre violência, e a cada 1 hora e meia, uma mulher é  morta no Brasil", mostrou.

 

Ela elogiou a iniciativa do Governo de Alagoas de criar o Programa Alagoas Lilás. "Espero que seja um programa efetivo de estabelecimento de políticas em defesa da mulher ", acentuou.

 

O encerramento contou  com a apresentação do case “Até que a morte nos separe”, da Quadrilha Amanhecer no Sertão, seguida de uma performance cultural que simboliza resistência, identidade e transformação. A apresentação foi a grande vencedora do concurso de quadrilhas da Globo Nordeste.