Alagoas

Programa AVC Dá Sinais completa quatro salvando vidas em Alagoas

Neide Brandão / Ascom Hospital Metropolitano de Alagoas 14/08/2025
Programa AVC Dá Sinais completa quatro salvando vidas em Alagoas
Com base na conscientização dos sinais de alerta, reforçada pelo Programa AVC Dá Sinais, Alagoas tornou-se referência em atendimento rápido, humanizado e eficaz - Foto: Brunno Afonso / Ascom Sesau

Agosto marca os quatro anos do Programa “AVC Dá Sinais”, iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) que tem feito a diferença na vida de milhares de pessoas acometidas por Acidente Vascular Cerebral (AVC). Desde sua criação, em 2021, o programa já atendeu 6.590 pacientes com suspeita de AVC, sendo 4.116 casos confirmados.

Desde a implantação do programa foram realizadas trombólises em 504 pacientes, representando 19,3% dos casos elegíveis. Já a trombectomia, que é um procedimento mais complexo, foi indicada em 137 casos (5,3%).

Os indicadores apontam também o impacto positivo da iniciativa nos hospitais de referência do Estado, como o Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA). Isso porque os profissionais seguem os tempos estabelecidos de atendimento e, além disso, a maior parte dos pacientes atendidos está na faixa etária de 51 a 80 anos, com leve predominância do sexo masculino.

 

O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, salienta que o Programa AVC Dá Sinais é um exemplo de como a tecnologia e a gestão eficiente podem transformar a realidade da saúde pública em Alagoas. “O AVC Dá Sinais é uma das maiores provas de que investir em inovação e em equipes qualificadas salva vidas. A telemedicina nos permite chegar mais longe, com mais precisão e humanização”, pontua o titular da Sesau.

 

Superação

  

A história de superação da aposentada Severina Soares, de 66 anos, moradora de Maceió, ilustra o impacto do AVC Dá Sinais. Ela relata que começou a perceber que seu corpo não estava normal duas semanas antes do AVC, porque estava perdendo o equilíbrio da perna esquerda e não conseguia executar mais de uma tarefa.


 

"Sentia ânsia de vômito após comer, tontura e muita dor na região do pescoço e cabeça, com dormência. Cheguei a ficar uma noite inteirinha sem dormir, mas não atentei quanto à procura a uma unidade de saúde, até que, estendendo roupas, senti uma tontura muito forte e comecei a perder os movimentos do lado esquerdo. Foi aí que meu filho me levou à UPA [Unidade de Pronto Atendimento], tendo sido rapidamente encaminhada ao Hospital Metropolitano”, relata a paciente.

 

Na unidade hospitalar, a Severina Soares realizou o procedimento que dissolve o coágulo causador do AVC isquêmico e se recupera sem nenhuma sequela. “A assistência ao acidente vascular no cérebro deve ser imediata. Graças a Deus e à equipe, estou aqui, falando, andando e vivendo de novo”, frisa emocionada.

 

Atuação Integrada

 

Casos como o de Severina Soares são possíveis graças à atuação integrada das unidades hospitalares e à eficiência nos tempos de atendimento. O neurologista Matheus Pires, responsável técnico pelo AVC Dá Sinais, explica que o sucesso depende da rapidez no reconhecimento dos sintomas e da adesão aos protocolos estabelecidos.

 

“Nosso foco é garantir agilidade e segurança. O tempo entre a chegada do paciente e o início da tomografia, por exemplo, caiu para uma média de 26 minutos. Já o início da trombólise acontece, em média, 76 minutos após a chegada do paciente”, destaca o neurologista.

 

Com base na conscientização dos sinais de alerta, reforçada pelo programa AVC Dá Sinais, Alagoas tornou-se uma referência em atendimento rápido, humanizado e eficaz, segundo ressalta o neurologista. “Com o apoio das equipes multiprofissionais e da regulação estadual, conseguimos oferecer um atendimento de excelência pelo SUS. E o mais importante: salvar vidas e evitar sequelas graves”, conclui Matheus Pires.