Brasil
EUA dizem na OMC que tarifas de 50% contra o Brasil são temas de 'segurança nacional'
Apesar da alegação na Organização Mundial do Comércio (OMC), os Estados Unidos aceitaram realizar consultas com o Brasil no órgão, o que abre espaço para um novo canal de diálogo.
O governo brasileiro acionou a OMC na tentativa de contestar as tarifas de 50% dos EUA sobre a importação de produtos brasileiros. A resposta norte-americana veio nesta semana e o país enfatizou que a questão é um "tema de segurança nacional" e, por conta disso, não pode ser revisto pela entidade internacional.
"Temas de segurança nacional são assuntos políticos não suscetíveis de revisão ou resolução pelo sistema de solução de disputas da OMC. Todos os membros da OMC retêm a autoridade para determinar por eles mesmos quais medidas consideram necessárias para a proteção dos seus interesses essenciais de segurança", informou a nota dos Estados Unidos enviada à OMC.
Porém, o país aceitou o pedido do Brasil para que sejam realizadas consultas, o que abre oficialmente um canal de diálogo sobre as tarifas, a maior entre todos os demais afetados. "Estamos prontos para ter discussões com autoridades da missão em uma data mutuamente conveniente para as consultas", acrescentou.
Conforme a Folha de S.Paulo, uma fonte informou que a aceitação para as consultas já era esperada e que os Estados Unidos podem "apenas querer ganhar tempo", já que não há prazo para o processo.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a solução para o impasse com os EUA depende da abertura de Washington ao diálogo, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforça a soberania nacional e busca alternativas comerciais com a União Europeia (UE) e o BRICS.
As tarifas foram estabelecidas após o presidente Donald Trump acusar o Brasil de perseguir Jair Bolsonaro, seu aliado político, e exigir a suspensão do julgamento do ex-presidente na Suprema Corte. Haddad classificou essa exigência como "constitucionalmente impossível", destacando a independência do Judiciário brasileiro.
Uma tentativa de reunião virtual entre Haddad e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelada por Washington. Pouco depois, Bessent apareceu em uma foto com Eduardo Bolsonaro, que tem feito campanha nos EUA por sanções contra os juízes envolvidos no julgamento de seu pai, acusado de tentativa de golpe de Estado em janeiro de 2023.
"Goste ou não de Lula, ele é possivelmente o chefe de Estado que mais conhece as pessoas no mundo. Ele conversa com todo mundo", afirmou.
Por Sputinik Brasil
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