Os camundongos que se movem na órbita terrestre a uma altitude de cerca de 380 quilômetros a bordo do satélite russo Bion-M nº 2 estão confortáveis, informou o Instituto de Problemas Biomédicos (IBMP, na sigla em inglês) da Academia de Ciências da Rússia nesta quinta-feira (28).

"Com base no vídeo e nas informações fornecidas, podemos presumir que os animais estão confortáveis. Eles são alimentados e recebem água automaticamente, de acordo com um diagrama de ciclo especificado", escreveu o IBMP no Telegram.

De acordo com informações de telemetria e controle operacional, a pressão, a temperatura do ar, a umidade, as concentrações de oxigênio e dióxido de carbono dentro do satélite estão dentro dos limites normais, informou o instituto, acrescentando que o equipamento científico também está operando normalmente.

O satélite está se movendo em uma órbita calculada de alta latitude com uma inclinação de 96,92 graus, informou o IBMP. A altitude máxima é de 380 quilômetros, a mínima de 384 quilômetros e a média de 380 quilômetros, de acordo com o comunicado.

Em 20 de agosto, o satélite Bion-M nº 2, transportando 75 camundongos e 1.500 moscas drosófilas, foi lançado ao espaço para testar a segurança biológica de uma órbita de alta latitude, já que esta possui mais radiação cósmica e outras condições geomagnéticas do que órbitas tradicionais com inclinação de 50 a 60 graus. O voo terá duração de 30 dias.

Os cientistas pretendem estudar as capacidades de adaptação dos sistemas nervoso, muscular, esquelético e cardiovascular dos mamíferos às condições do voo espacial. Ao mesmo tempo, a curta vida útil das moscas drosófilas permite aos cientistas rastrear mutações e alterações em seu DNA causadas pelo ambiente espacial.