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No Rio, policial atira em motoboy após vítima se recusar a subir até residência para entrega
Um policial penal atirou em um entregador do aplicativo iFood após a vítima se recusar a subir até a porta da residência do cliente para fazer a entrega. O caso ocorreu em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, na noite de sexta-feira, 29.
Em um vídeo filmado pelo próprio entregador e publicado em sua conta no Instagram, é possível ver o policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini se aproximando do entregador e falando, em tom de reclamação: "Você não subir é uma parada". Os dois parecem estar na calçada em frente ao edifício onde o cliente mora.
Logo depois, o policial atira no pé de Valério Souza, que reage, demonstrando surpresa e desespero: "O que é isso, cara?", repete Souza diversas vezes.
O policial desdenha da vítima: "O que é isso é o c...". O entregador passa a gritar pedindo ajuda de um outro homem. As imagens mostram o entregador sangrando e o policial exigindo que ele entregue a encomenda.
Depois disso, a imagem fica toda preta e só é possível ouvir Souza relatando para um terceiro que tomou um tiro porque "não subiu".
O Estadão não conseguiu contato com Ferrarini nem com a sua defesa. O espaço está aberto.
No mesmo post do Instagram, Souza declarou: "o cliente não aceitou que eu recusei ir a casa dele para entregar o pedido. E o ocorrido aconteceu...Infelizmente estamos acostumados a ver isso apenas em televisão... Até acontecer com nós mesmo... Que a justiça seja feita!!" sic
A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o caso é investigado pela 32ª DP (Taquara) e que a vítima foi encaminhada para exame de corpo de delito. Souza foi socorrido ao Hospital Municipal Lourenço Jorge e seu estado de saúde é estável, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a arma do policial penal foi recolhida e será periciada. Testemunhas estão sendo ouvidas e "outras diligências estão em andamento para esclarecer os fatos". A corporação não informou se o policial chegou a ser detido.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) do Rio confirmou que Ferrarini faz parte dos seus quadros e está na ativa, mas ressaltou que a conduta do servidor "ocorreu fora do exercício de suas funções". A pasta condenou a atitude do policial.
A secretária da SEAP, Maria Rosa Nebel, afirmou, em nota, que a pasta "não compactua com esse tipo de conduta abominante". "Nossa Corregedoria acompanha o caso junto à delegacia de polícia e nos solidarizamos com o rapaz vitimado."
O líder de diálogo com entregadores no iFood Brasil, Johnny Borges, também lamentou o episódio. "É lamentável como a gente foi impactado hoje de manhã pelas cenas de violência que aconteceram com o entregador Valério na noite de ontem, durante uma entrega. A gente tá aqui pra dar todo o apoio ao Valério. Estamos apurando o caso para tratar com a seriedade que merece", declarou, nas redes sociais.
Ele afirmou ainda que a plataforma está dando respaldo jurídico e psicológico ao entregador e pediu paciência aos trabalhadores para apurar todos os detalhes desse caso. "Que casos como esse nunca voltem a se repetir", afirmou.
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